Historicamente, o piercing foi usado por diversas civilizações antigas, com diferentes significados. Os Maias e Astecas, por exemplo, usavam o piercing com finalidades religiosas. Os Egípcios e Indianos perfuravam partes do corpo para demarcar suas posições de hierarquia na sociedade ou suas castas. Os romanos, por sua vez, usavam por vaidade, como um adorno mesmo. No século 19, a prática caiu em desuso e começou, inclusive, a ser discriminada. Viria mais tarde a renascer com o movimento hippie, durante os anos 1960 (Super interessante).
Ekharaua é feito a partir de dois tipos de metais bíblicos, o ouro e prata. Na religião Islâmica, onde a prática é predominante na região norte de Moçambique, algumas crianças são furadas os narizes e orelhas logo ao nascer, ou já com alguns meses ou anos de vida, mas aconselha-se a evitar furar o nariz quando se é adulto. Há uma crença localmente predominante, segundo a qual depois de furar o nariz não se pode manter relações sexuais até que o furo sare e retirem a linha, e o não cumprimento desta “norma” pode levar a consequências graves como o inchaço do nariz e demora no saramento da ferida.
Tal como as missangas, o Ekharaua é um dos adornos muito apreciados no seio das mulheres makhuwas, o que o torna um acessório muito importante na beleza feminina e uma fonte de atracção, tal como afirmam alguns homens naquela região. Igualmente, as anciãs locais defendem que o Ekharaua é um objecto muito importante no momento do matrimónio, este deixa a noiva mais bela, razão pela qual sempre aconselham as noivas a usar este adorno, mesmo que de forma temporária.
Escrito por Emanuel Mahira para Tsevele