De um modo geral, nota-se uma predominância de casas redondas e quadradas, de de pau a pique, maticadas de adobe e cobertas de capim. A situação tende a mudar à medida que se vai ascendendo às sedes das localidades e postos administrativos, onde o tipo de construção é predominantemente de material convencional.
O modo de vida é rural, aspectos de conservação dos bons usos e costumes tradicionais estão muito presentes. Estes aspectos têm tendência de deteriorar-se à medida que se vai aproximando dos centros Urbanos.
A população do distrito de Zumbo é formada por duas tribos. Uma parte da população provém de um régulo chamado Kanhemba, vindo de Mágoè e veio fixar-se em Bawa na margem Sul ao longo da bacia dos rios Zambeze e Aruangua. Este Régulo trouxe consigo um grupo de guerreiros, tendo travado vários combates durante o período de fixação e dominado o povo Chewa, dai a origem da tribo Chicunda (derrota), sendo este o primeiro Régulo e o primeiro líder espiritual da região Sul. A outra tribo é Nsenga, cujo nome provém de umas árvores chamadas “missengas” predominantes na zona Norte ao longo da fronteira com a República da Zâmbia.
O distrito é habitado predominantemente pelos povos Mansenga e Achicunda. Existem outros povos com menor expressão. Tradicionalmente, as comunidades encontram-se estruturadas em regulados e o mais influente é Quintino por ser um clã alargado no distrito.
A chegada dos primeiros Missionários
O primeiro missionário a chegar ao Zumbo foi o Padre Sipriago (jesuíta), um Alemão que se estabeleceu na povoação de Lissico, há 18 km da sede do Distrito. Mais tarde foi construída a Missão de S. Claver de Miruru, onde existe uma grande Igreja, hoje já sem tecto, janelas e portas, mas, ainda assim, visitada por muitos turistas. Localiza se há 49 Km de Zumbo-sede.
A origem do Nome Zumbo/zumbu
Há várias teorias sobre a origem do nome Zumbo ou Zumbu. A primeira explica que os primeiros portugueses chegaram a terra dos Mansengas/Nsengas e quiseram saber o que podia ser encontrado do outro lado do sul (lado do Rio Zambeze). Os nativos-Nsengas responderam: “apenas existe Nsumbu”! Palavra esta que traduzida significa ilha. Daí surgiu consequentemente uma escrita deturpada para Zumbu.
A outra teoria associa o nome Zumbo ou Zumbu à existência na sede do distrito, de uma montanha denominada Madzwantswa, a qual durante a madrugada anuncia a previsão de mau tempo para efeitos de navegação e outros afins, porém, quando repete em dias consecutivos, anuncia alguma calamidade e/ou alguma sinistralidade muito grave. Assim significou para os Portugueses baptizarem esta região por Zumbo ou Zumbu, que provêm do verbo “Zumbir”. O acto de Zumbir.
Com o tempo, a palavra Zumbu sofreu alguma mudança fonética e consequentemente a sua ortografia.
A terceira tese explica que Zumbo deriva da palavra Zimbauè ou Zimbabwe. Algum rei satélite do Monomutapa de Zumbu, a sua residência chamava-se Zumboè. E, quando é capturado disse que vivia no Zumboè. Consequentemente uma escrita fonética adulterada para “Zumbu”.
Os dados indicam que Zumbo ascendeu à categoria de vila a 9 de Maio de 1763 e baptizado pelo nome – A nossa Senhora dos Remédios do Zumbo. Nome este dado pelo Capitão-General Silva Barba.
Várias manifestações culturais simbolizam o quotidiano do distrito de Zumbo, tal é o caso de djemule, onda, fantasia mulali, nsongwe, nyau, chipalu, chioda, chintali e mafue.
A dança mais popular e predominante é nyau, praticada por homens, que utilizam simples instrumentos tradicionais, que com ajuda de batuques, o canto e palmadas das mulheres, cria uma melodia e ritmo que obriga a cadenciar os passos. Muitas das vezes é a mulher que se notabiliza nestes grupos. Também é praticada apenas por mulheres a dança denominada Mbanda.
Lugares sagrados
Lufumwe: Sepulcro de um dos líderes locais de Chawalo, após a sua morte, ao invés de enterrar, a urna foi exposta numa tarimba, e conta-se que as gotas que caiam do corpo decomposto transformaram o local numa lagoa que actualmente observa-se Hipopótámos, Peixes, Crocodilos e Plantas aquáticas.
Outro lugar sagrado para os nativos de Zumbo é a Montanha de Mamwira, lugar de extracção de pólvora de Canhangulo/Guguda pelos antepassados em Cassenga. Igualmente encontramos Mphondolo Cuela um lugar com pinturas rupestres em Cassenga povoação de Chinsawa.
Escrito por Amadeu Quehá para Tsevele