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terça-feira, 02 agosto 2022 19:08

Macarita: a Moçambicanidade expressa através da dança

A dança Macarita é originária de Inhambane, na Cidade da Maxixe, a considerada capital económica da província. A coreografia é exibida por homens e mulheres, sendo que os homens fazem o papel de instrumentistas de batuques e outros de trombetas. Eles também tocam instrumentos aerófonos, fabricados rudimentarmente de simples chapas em forma de funis cónicos. Estes instrumentos não produzem sons próprios senão a transformação da voz do cantor. As mulheres, por sua vez, dançam e cantam acompanhando o ritmo dos instrumentos. Estas também tocam apitos, guizos e nalgumas vezes batem palmas que também são uma das partes do repertório na música.

Antigamente dançava-se nas variadas cerimónias, quer de falecimentos, como de simples festas (casamento, lobolo, entre outras). Para dias simples de divertimento, o bailado era praticado no período da noite, onde depois do jantar todos os jovens iam dançar até altas horas, fundamentalmente nos fins-de-semana.

No vestuário, os homens trajavam roupa normal com peles de gazela, macaco e penas de aves.. As mulheres, por seu turno, vestiam também roupa normal, sendo apenas capulanas e blusas. Na cintura, todavia, colocam uma cinta branca enrolada em volta desta, demarcando assim o centro no qual a dança deixa grande traço.

Macarita é uma dança sedutora, cujo aspecto artístico interpreta o amor. Durante a exibição, as mulheres dançam em pares ao som folclórico dos instrumentos que acompanham o bailado. Os dançarinos no palco, portanto, tomam posição paralela entre eles com os instrumentistas.

Ao longo dos anos a dança Macarita tem vindo a conhecer transformações, essencialmente nos seguintes aspectos.

  • Boa organização dos grupos praticantes da dança, o que reduz a infiltração de indivíduos estranhos à dança ou sem nenhuma experiência.
  • Os instrumentos que acompanham o bailado tiveram melhoria de qualidade significativa, concretamente os batuques que tecnicamente são bem fabricados, quando antigamente um pilão velho servia.

Escrito por Vanila Amadeu para Tsevele

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