Kati kalangu, que em português quer dizer “bolo de panela”, é um bolo tradicional de Inhambane feito com base em material local. Originalmente, o bolo era feito em panelas de barro, gikalangu, em língua gitonga, falada na Cidade de Inhambane e alguns distritos arredores.
Ttapattiya, denominação vulgar em Nampula, e nsumari, designação usual em Cabo-Delgado, é um arbusto silvestre com valor medicinal conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias. Ttapattiya é um termo atribuído ao arbusto e aos pedaços dele, que são comuns comercialmente. A planta desenvolve-se perto do oceano – concretamente nas suas extremidades – e em morros de muchém na zona costeira, e geralmente atinge 2 metros de altura.
A vida nas sociedades africanas, e, em particular moçambicanas, esteve sempre ligada ao mundo mitológico, envolvendo procedimentos ou práticas que dão garantias de vida plena às pessoas. Os indivíduos recorrem aos espíritos para protecção contra o mal, para garantir a longevidade, poder, sorte nos afazeres, estabilização no lar e outros fins.
Mukalampa (ou Makalampa) é uma expressão da língua emakhuwa que designa a cerimónia de atribuição do nome de um antepassado a um outro membro vivo da família. É uma prática que ocorre com muita frequência na região norte de Moçambique, concretamente na província de Nampula, para honrar um homem ou uma mulher que desempenhava um papel muito importante para a família. Essa importância tem a ver seja pelos feitos da pessoa ou pelo cargo que exercia, daí a necessidade de preservação e valorização do seu nome. O nome de alguém de grande valor para a família, nas comunidades rurais da província de Nampula é entendido como transmissor de uma mensagem mais do que uma simples etiqueta posta sobre a cabeça do indivíduo.
Fuuba ou Fumba, em exuwabo, ou Ntthatto em emakhuwa é o nome de uma esteira de palha, presente em muitos lares um pouco por todo o País. Desde tempos antigos que o artefacto doméstico serviu não só para descansar o corpo mas também como protecção contra o frio, mosquitos, cobras, entre outras utilidades domésticas.
Chamanculo é um bairro localizado na periferia do leste da capital moçambicana, no distrito de Nlhamankulu. Tem habitantes oriundos de diversos pontos do país, maioritariamente da tribo Tsonga, falantes do Xichangana, Xirhonga e Cicopi.
A existência no mundo, em África em especial, de locais tradicionalmente sagrados e a invocação dos antepassados acompanham a sociedade desde os tempos antigos, movida por uma crença cultural de que os mortos sejam intercessores entre Deus e os vivos. Diante disso, espalhados por Moçambique, especificamente na região norte encontram-se santuários locais onde se vai à procura de melhores condições de vida, como um bom emprego, saúde em abundância, uma boa esposa, um bom esposo, boa colheita, muito dinheiro, compra de uma viatura, expansão de negócios, protecção, etc.
Mucucune é um bairro localizado ao longo da faixa costeira da Cidade de Inhambane, cuja história remonta antes mesmo da presença colonial em Moçambique. O nome tem origem em tempos nos quais a região era repleta de mafurreiras, designadas em gitonga por Nguhu, ao que passou a ilha a ser chamada Nguhune. Mais tarde, com o colono no país, a designação foi aportuguesada e tornou-se Mucucune.
O Ntekateka é um cogumelo branco escorregadio muito consumido na zona norte da província da Zambézia. O cogumelo aparece nas matas grossas após o período chuvoso que gera o apodrecimento das folhas e impulsiona o germinar desta espécie de fungos.
Ekittantta ou nkori (no singular) ou ikittantta (no plural), que em emakhuwa quer dizer “cama tradicional”, é a mais antiga das camas na sociedade macua. É feita de quatro pés de madeira bem elaborada e tecelagem de um fio de palha chamado ekampala.